Bom, hoje vou falar sobre a origem do mangá, então bora lá?
A palavra mangá significa rabiscos descompromissados, ou ainda imagens involuntárias, expressão que reflete muito bem o caráter gráfico de formas sintéticas, caricaturizadas e muitas vezes espontâneas presente no mangá desde sua pré-história. O termo se originou com o trabalho do artista de ukiyo-e (escritura do mundo flutuante) Katsushika Hokusai, que criou o Hokusai Manga, uma série de livros com ilustrações em 15 volumes de 1814 a 1878.
O Hokusai Manga consistia em representações do movimento do corpo humano e movimento muscular, além de ilustrações narrativas e cômicas retratando a vida cotidiana, tema típico do ukiyo-e. Aliás, a representação do cotidiano de pessoas comuns é o tema mais recorrente no mangá até os dias de hoje.
Entretanto, a história do mangá começa bem antes do século XIX. Ainda no século XII, havia o emaki-mono, que consistia em uma única gravura de aproximadamente dez metros de comprimento em rolo que apresentava uma narrativa com o desenrolar do pergaminho, sendo uma das mais antigas formas de
narrativa visual no mundo. Mas o desenvolvimento do mangá como forma de expressão institucionalizada só começa a ganhar força com o fim da era feudal no Japão, em meados do século XIX, quando a história do mangá se confunde com a própria História do Japão. Charles Wirgman foi um cartunista britânico que exerceu muita influência sobre o futuro dos mangás. Este cartunista chega em Yokohama em 1861 e no ano seguinte ele criou um jornal satírico, o The Japan Punch, onde publicou até 1887, muitos de seus desenhos traziam balões de diálogos. Ele ensinou técnicas ocidentais de desenho e pintura para um grande número de artistas japoneses como Takahashi Yuichi. Influenciados pela The Japan Punch de Wirgman, Kanagaki Robun e Kawanabe Kyosai criaram a primeira revista de mangá em 1874: Eshinbun Nipponchi. Eshinbun Nipponchi tinha um estilo muito simples de desenhos e não se tornou popular. Eshinbun Nipponchi terminou depois de três edições. A revista Kisho Shimbun lançada em 1875 foi inspirado por Eshinbun Nipponchi, que foi seguido por MaruMaru Chinbun em 1877, e em seguida Garakuta Chinpo em 1879.
Shōnen Sekai foi a primeira revista shōnen criada em 1895 por Iwaya Sazanami, um famoso escritor de japonês de literatura infantil. Shōnen Sekai teve uma forte ênfase sobre a Primeira Guerra Sino-Japonesa. Nesse período, os mangás ficaram conhecidos como Ponchi-ê (abreviação de Punch-picture).
A expansão de técnicas europeias resultou em uma lenta, mas segura produção de artistas nativos japoneses como Kiyochika Kayashi, Takeo Nagamatsu, Ippei Okamoto, Ichiro Suzuki e, especialmente, Rakuten Kitazawa, cujo mangá Tagosaku to Mokube no Tokyo Kenbutsu (1902) é considerado o primeira mangá no seu sentido moderno. Em 1905, Kitazawa criou sua primeira revista Tokyo Pakku, no mesmo ano, lança Shōjo Sekai, uma versão feminina da Shōnen Sekai, considerada a primeira revista shōjo e a Shonen Pakku, que é considerado revista de mangás para as crianças (kodomo). Em 1912, Ippei Okamoto começa a colaborar como cartunista o jornal Asahi Shinbun, ele é responsável pela publicação das tiras americanas Mutt e Jeff de Bud Fisher e Bringing up Father (Pafúncio e Marocas, no Brasil) de George McManus.
Em 1923, Katsuichi Kabashima desenha a tira "As aventuras de Sho-chan" (Shōchan no bōken), roteirizado por Oda Nobutsune para o jornal Asahi Graph.
Diversas séries comparáveis as de além-mar surgem nos jornais japoneses na década de 1930: Norakuro (1931), uma série antimilitarista de Tagawa Suiho, Speed Taro de Sako Shishido, e Boken Dankichi (1934) de Keizo Shimada,[25] Nazo no kurōbaa (1934)de Katsuji Matsumoto e Fuku-Chan (1936), de Ryuichi Yokohama, são alguns dos exemplos até a metade dos anos quarenta, quando toda a imprensa foi submetida à censura do governo, assim como todas as atividades culturais e artísticas. Entretanto, o governo japonês não hesitou em utilizar os quadrinhos para fins de propaganda.
Assim, os mangás cresceram simultaneamente com seus leitores e diversificaram-se segundo o gosto de um público cada vez mais importante, tornando-se aceitos culturalmente. A edição de mangás representa hoje mais de um terço da tiragem e mais de um quarto dos rendimentos do mercado editorial em seu país de origem. Tornaram-se um verdadeiro fenômeno ao alcançar todas as classes sociais e todas as gerações graças ao seu preço baixo e a diversificação de seus temas. De fato, como espelho social, abordam todos os temas imagináveis: a vida escolar, a do trabalhador, os esportes, o amor, a guerra, o medo, séries tiradas da literatura japonesa e chinesa, a economia e as finanças, a história do Japão, a culinária e mesmo manuais de "como fazer", revelando assim suas funções pedagógicas.
Bom galera, por hoje é só, espero que gostem do texto porque deu um pouquinho de trabalho pra fazer, mas é de coração. Abraços do Tio
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