Uma série original Super Nerd.
Episódio 1- Piloto.
De quase toda a cidade podia se escutar os sinos da igreja
da cidade de Santa Maria batendo as sete da manhã, era o despertador da maioria
das pessoas daquela cidade, e para aos guardas noturnos o sinal de ir pra casa.
Era o primeiro dia de Sharon Parker na faculdade, ela estava
bem animada, parecia que nem havia dormido de tanta ansiedade. Antes de se
levantar Sharon começou a se questionar sobre o sonho que estava tendo a um bom
tempo. Nada acontecia no sonho, ela apenas conseguia se lembrar de um lugar no
meio da floresta, onde havia uma grande pedra. E não havia mais nada, era estranho,
mas sua ansiedade era maior que sua curiosidade naquele momento. Então Sharon
se levantou e vestiu uma de suas camisas pretas das quais sua mãe não gostava,
sua calça jeans escura e desceu para o café da manhã:
- Bom dia Mãe!
- Bom dia Sharon, já preparou sua mochila? – Disse sua mãe com um sorriso no rosto.
- Desde a semana passada mãe. – Respondeu rindo.
Sua mãe sempre acordava mais cedo para cuidar do jardim de
sua casa. O pai de Sharon trabalhava como guarda noturno na escola da cidade e
naquele dia iria leva-la ao seu primeiro dia na faculdade.
- Bom dia branca de neve! – Disse Jonathan Parker, seu pai,
beijando sua testa e logo em seguida
beijando a bochecha de sua amada mulher.
- Você sabe que eu não sou mais criança.
- Não é porque você está indo para a faculdade que vai
deixar de ser minha princesa!
- Eu sei, eu sei, só não diga isso ao me deixar na frente da
faculdade, ok?
- Eu nunca faria isso.
- Sei... – Respondeu Sharon com um olhar irônico.
Sharon tinha o sonho de todo adolescente, fazer sua
faculdade em um lugar bem distante, morar em uma república e comer bacon com
ovos no café da manhã, mas as coisas não saíram bem assim e ela acabou entrando
para a faculdade de Santa Maria mesmo. Por mais que fosse uma cidade pacata,
era do jeito que Sharon gostava, havia florestas, era frio e só precisava disto
para Sharon se sentir bem.
- Você vai se atrasar no seu primeiro dia de aula? –
Questionou a mãe com uma cara meio emburrada.
- Já vou mãe.
A cena mais comum da vida de Sharon voltou a se repetir
naquela manhã de sol e ao mesmo tempo fria; pelos vãos do cercado de sua casa
ela conseguia ver Johnny, seu velho amigo de infância, desejado por todas as
meninas da cidade, mas o que tinha de bonito, tinha de brincalhão e era o que
Sharon mais admirava nele;
- Bom dia Sr. e Sra Parker! – Disse Johnny com um sorriso
cativante.
Os pais de Sharon amavam Johnny;
- Bom dia Johnny! Como vão seus pais? – Perguntou Jonathan
Parker.
- Vão bem. Meu pai mandou agradecer pela TV foi muito útil.
– Respondeu Johnny com um olhar agradecido.
- Então vamos parar com o papo furado e me levar logo pai? –
Disse Sharon sem paciência alguma, estava muito ansiosa para seu primeiro dia
de faculdade.
- Quer uma carona Johnny?
- Me recuso a ficar do lado dessa menina estranha. –
Respondeu Johnny rindo.
- Então vá a pé bobão!
- Na verdade Sr. Parker eu estou indo para o trabalho, vou
deixar a faculdade para as pessoas inteligentes. – Disse Johnny apertando a
bochecha de Sharon.
- O Johnny prefere concertar carros a estudar pai. – Disse
Sharon tirando a mão de Johnny de sua bochecha.
- Alguma pessoa tem outras prioridades Sharon, não é mesmo
Johnny?
- Como juntar dinheiro para pedir sua filha em casamento?
Claro que sim. – Disse Johnny Sorrindo e olhando para Sharon.
E cada um segue com suas rotinas...
Sharon olhava para a janela do carro e olhava sua cidade que
era a mesma desde que ela se entendia por gente, mas sentia um frio na barriga,
ela não sabia o que estava por vir. O som de “Linger” no rádio do carro de seu
pai a acalmava.
- O senhor não cansa de ouvir Cranberries?
- Você cansa? – Replicou o pai.
- Não.
Quando chegaram a faculdade, Sharon abriu a janela do carro,
respirou fundo e disse:
- Chegamos. – Seu coração parecia que iria sair pela boca de
tanta ansiedade que havia nela naquele momento.
Ela amarrou os cadarços do seu All Star, abriu a porta do
carro e se despediu de seu pai:
- Tchau Sr. Parker, vá dormir e vê se não fica o dia todo
assistindo aos seus jogos. – Disse sorrindo indo em direção ao campus.
- Você que manda branca de neve! – Gritou num tom muito alto
o pai a deixando com vergonha.
Ele pisou fundo e desapareceu na neblina fina daquela
cidade.
Ao entrar no corredor principal, Sharon viu uma faixa enorme
e lá estava escrito: “ Bem vindos calouros”. E por mais que fosse uma mensagem
a todos, ela sentiu que a mensagem era para ela. Distraída, com a cara grudada
em seu quadro de horários, ela não percebeu Walter seu ex-namorado cujo Johnny
odiava, chegando perto dela;
- Princesa! – Disse Walter a fazendo dar quase um pulo.
- Que susto Walter! Você sabe que eu odeio isso! E não me
chame de princesa.
- Ei calma, relaxa. Só queria te dar as boas-vindas.
- Tá ok, já deu. Agora tchau. – Disse irritada saindo dali.
- Você nunca muda?
Ignorando-o, Sharon seguiu seu caminho. Naquela manhã de
segunda todas as aulas serviram apenas para todos passarem vergonha se
apresentando de formas diferentes uns aos outros com dinâmicas propostas pelos
professores. Ela observou cada cantinho da faculdade e queria realizar algo que
fizesse diferença.
Na volta para casa, ela estava bem animada, ela sabia que
sua mãe estava preparando algo especial e que seu pai estaria de bom humor como
sempre. Ela cantarolava a música que estava no volume máximo em seu fone de
ouvido. Mas de repente tudo apagou, foi como um flash, ela estava deitada numa
cama mofada. Seu coração batia forte demais, ela começou a tremer e tentar
fugir dali. Sem dificuldade alguma ela saiu de uma casa feita de madeira no
meio de uma floresta, estava anoitecendo e ela não sabia que horas eram, que
dia era ou o que havia acontecido.
Ela correu pedindo socorro pela floresta, ela estava com a
mesma roupa que havia ido para a faculdade, sua camisa agora parecia meia suja
de terra e suas calças manchadas de algo meio vermelho meio preto e seu all
star parecia a única coisa que não fora suja, mas algo estava diferente,
parecia que ela usava aquelas roupas a dias. Quando avistou entre os galhos da
arvore, fios de postes ela tentou chegar perto, e avistou uma estrada. Ufa! Ela
não hesitou em gritar.
- Socorro! Socorro! – Gritava Sharon desesperada.
Ela gritava correndo na contramão na esperança de algum
carro naquela cidade pouco movimentada parasse e a socorresse. Foi quando uma
caminhonete velha parou, um senhor barbudo de olhos verdes que usava um boné velho
abaixou o vidro e disse:
- Precisa de ajuda garota? – Perguntou erguendo uma das
sobrancelhas.
- Moço por favor! Eu não seu como vim parar aqui, eu preciso
voltar para a minha família, por favor, o senhor pode me levar até minha casa?
– Pediu quase chorando Sharon.
O senhor aceitou ajuda-la. Depois de explicar onde era sua
casa, ela começou a tentar se lembrar de como havia parado ali, do que diabos
havia acontecido, mas ela só conseguia se lembrar da maldita pedra do seu
sonho. Já perto de sua casa, ela conseguiu reconhecer o lugar e avistou Johnny pela
janela embaçada da caminhonete, ele estava sujo de graxa e soado.
- Por favor, aquele é meu amigo Johnny, pode me deixar aqui?
– Disse Sharon ao velho.
-Tem certeza? Não quer ficar em casa, ou ir à polícia?
- Não não, está tudo bem!
- A senhorita pode ao menos me dizer seu nome?
Curiosamente, Sharon se sentiu mal diante daquela pergunta,
ela parecia não saber o que responder, mas disse ao velho senhor:
- Sharon.
Sharon Parker. – Disse meio nervosa Sharon.
Ela abriu a porta enquanto ele ainda parava a caminhonete e
saiu correndo atrás de Johnny.
- Johnny! Johnny! – Gritou Sharon correndo em direção á
Johnny.
Johnny olhou para trás, franziu a testa e virou-se esperando
a pequena chegar perto dele.
- Johnny que bom te ver! Por favor, você não sabe o que
aconteceu, eu estou bastante assustada, você pode me levar em casa? – Perguntou
Sharon ainda assustada e ao mesmo tempo feliz á Johnny.
- Olha eu ia tomar um banho agora, mas tudo bem. – Disse
Johnny sem esboçar emoção alguma.
-Deixa de ser palhaço, algo muito sério aconteceu e eu não
sei o que foi!
-Ok, Ok. Eu posso até te ajudar, só me explica, como sabe o
meu nome?
Johnny a olhou de cima a baixo, olhou nos olhos dela e
perguntou:
- E por que está usando as roupas da Sharon?
Continua...