Memórias De Um Fora Da Lei, Capítulo 1

Prelúdio: Milennia
Capítulo 1
23 de Julho

Era o aniversário de Alyssa, minha namorada. Estávamos juntos desde o verão passado, quando venci minha timidez e finalmente pedi-a em namoro durante a feira da cidade. Os olhos de todos ao nosso redor focaram em um mirrado e estranho garoto ajoelhado declarando seus sentimentos à garota com o sorriso mais caloroso e contagiante que ele já viu na vida.

Durante o dia, tentei manter a compostura, me segurando para não enlouquecer com a ansiedade. Trabalhei no campo com meu pai, enquanto meu cérebro ora focava em cuidar do gado, ora focava nos planos que havia preparado para hoje com a Alyssa. À tarde, fui até a casa dela, para fazermos nosso passeio rotineiro pela cidade. Ela achava que havia me esquecido da data, mas não reclamou em hora alguma. Apenas agiu da forma mais normal possível que uma pessoa chateada poderia agir. Mal sabia ela o que a aguardava à noite.
Meu coração parecia que ia explodir, enquanto eu esperava a noite chegar. Minhas mãos estavam suadas, e eu estava tremendo por inteiro, de tanto nervosismo. E se eu estragasse tudo?

Chegada à noite, fui até a casa de Alyssa. Bati na já um pouco gasta porta de madeira, e fui recepcionado pelo pai dela, um homem com um rosto castigado pelo sol do Oeste, uma farta barba, porte robusto, mas com um coração bondoso, característica herdada por sua filha. Ele já sabia quais eram meus planos, então apenas foi até o quarto dela avisando que eu estava a sua espera.
Apesar da demora em ela se arrumar, valeu a pena. Vi-a saindo da casa, e mais parecia que um anjo vinha ao meu encontro. Alyssa era o tipo de mulher que qualquer rapaz mataria para chamar de “sua”. Olhos amendoados, bochechas rosadas, cabelos cacheados negros como ébano, uma pequena boca em forma de coração, sempre com um sorriso radiante, e uma personalidade doce e amável. Por Deus, como eu havia conquistado seu coração? Tinha pouco a oferecer à ela, e não possuía uma beleza exemplar.

Eu era apenas... Eu. John Peters Ringo, um simples fazendeiro mirrado e desajeitado do Missouri.

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